domingo, 12 de maio de 2013

PARA CONVENCER É SÓ REPETIR, REPETIR, REPETIR.........



Vejam trechos de um estudo muito bem elaborado sobre a estratégia de controle das massas, anulando a identidade de cada cidadão.

“Política em Goebbels”, ministro da propaganda de Hitler
Um estudo sobre a produção da publicidade
a partir de seus Diários

Luís Mauro Sá Martino
Jornalista, doutor em Ciências Sociais pela PUC/SP,
professor da Faculdade Cásper Líbero (SP).

O objetivo deste trabalho é explorar alguns aspectos da estética da propaganda política alemã nos anos 1933-1945 conforme apresentados nos diários políticos de Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda de Hitler.
De toda a escória dirigente nazista, Joseph Goebbels é, de longe, a figura mais complexa.
Doutor em filosofia, criador da propaganda política moderna – todos os marqueteiros lhe devem alguma coisa – Goebbels usou seu talento para consolidar o regime brutal do qual se orgulhava de fazer parte.
Goebbels anotava meticulosamente seus trabalhos no diário.
Foram centenas de páginas mostrando o funcionamento da máquina de destruição alemã, mostrando uma frieza e um cálculo espantosos.
Não faltam auto-referências elogiosas, leiam algumas de suas anotações:

“Causou profunda impressão meu discurso aos trabalhadores”.

“Com efeito, dez anos são passados desde quando criei o Ministério da Propaganda, como um novo instrumento de orientação do povo alemão.”

“Os nossos propagandistas são melhores. Dia e noite, noite após noite, estão em contato direto com as massas.”

“A propaganda ideológica permite disseminar, para toda sociedade, de forma persuasiva, as idéias de um determinado grupo. A ideologia, dessa forma, se espalha e impregna todas as camadas da sociedade.”

“A política noticiosa é uma arma de guerra. O objetivo é sustentar a guerra e não fornecer informações.”

Nesse sentido, a propaganda ideológica tem um alcance muito maior do que sua correlata comercial. A ideologia deve ser transformada em prática pela propaganda:

“Sua função é formar a maior parte das idéias e convicções do indivíduo, e com isso orientar seu comportamento social.”

A teoria da propaganda de Goebbels, em linhas gerais, pode ser resumida em um princípio: as massas são ignorantes, portanto a mensagem deve ser direta; portanto, a propaganda deve agradar; para tanto, seu modelo não é a política, mas o entretenimento.

“Essa propaganda não mais designa objetivos concretos. Ela se derrama por meio de gritos de guerra, imprecações, de ameaças, de vagas profecias.”

Goebbels fez questão de manter a propaganda simples e fácil de ser assimilada por qualquer espécie de público.
(ASSIM FAZEM SEUS SEGUIDORES)
E isso o leva a explicitar, pela única vez em seus Diários, um protótipo de teoria da propaganda:

“A propaganda deve, portanto, ser sempre essencialmente simples e repetida. Afinal de contas, obterá resultados práticos, no sentido de influenciar a opinião pública, aquele que puder reduzir os problemas à sua expressão mais simples, e que tenha coragem de persistir em apresentá-las sempre na sua forma simplificada, apesar das objeções dos intelectuais.”

O ataque pessoal, fruto de sua experiência política como orador do partido e administrador de Berlim, era uma constante.

A utilização símbolos alegóricos, imagens e uniformes era a forma de o movimento mostrar seu caráter ‘sério’, ou, em última instância, ‘oficial’.

No entanto, mais do que a complexa simbologia, diversão era a palavra-chave. Note-se que aqui usamos a palavra ‘diversão’ não em seu sentido estrito, relativo a ‘fazer rir’, mas também como a maneira de distrair as massas, ainda que para isso fosse preciso fazê-las chorar.

A carga emocional lançada sobre a assistência era muito grande. Além disso, Goebbels era especialista em ridicularizar seus adversários. Despertar emoções era sua prioridade, pois é muito mais fácil absorver uma mensagem quando esta não passa pelo crivo da razão.

O mais espantoso talvez seja o sucesso de Goebbels no sentido de direcionar o descontentamento do povo alemão para o ódio aos judeus, ao capitalismo e a qualquer outro inimigo declarado do regime.
A tarefa do ministério da propaganda era manter os alemães presas fáceis do mito do herói personalizado na figura do líder da pátria.

Afinal, se a propaganda tinha se tornado uma arma, Goebbels sabia encontrar, no elenco de temas populares, espaço para o melodrama e tinha noção do quanto um apelo místico pode ser eficaz.
E não deixa de ser emblemática uma recomendação anotada em seu diário que parece fazer parte do breviário do arsenal representativo moderno:

“Quando precisa, o Diabo passa por anjo.”

quarta-feira, 1 de maio de 2013

DIREITO NOSSO DE CADA DIA


No dia 15 de março foi celebrado o Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, ou seja, toda pessoa física (indivíduo) ou jurídica (empresa, associação ou qualquer outra entidade) que adquire um produto ou serviço para uso próprio.

Devemos valorizar essa data para refletirmos sobre a necessidade de sempre estarmos atentos e informados, pois tudo o que as indústrias e o comércio oferecem aos consumidores deve ser de qualidade, com um preço justo e que atenda àquilo a que se propõe, sem enganar o comprador. É um direito do consumidor, garantido pela Lei no 8.078, de 11/09/90, que criou o Código de Defesa do Consumidor.

Muitos dirão que não temos muito a comemorar porque não somos respeitados como deveríamos, mas cabe a cada um de nós exigir o cumprimento da legislação que trata desse assunto e que é um instrumento avançado e eficiente de proteção aos direitos do cidadão.

Para garantir essa proteção, foram criadas as agências reguladoras, cuja finalidade é regular e/ou fiscalizar a atividade de determinado setor da economia de um país, a exemplo dos que cuidam de energia elétrica, telecomunicações, produção e comercialização de petróleo, recursos hídricos, mercado audiovisual, planos e seguros de saúde suplementar, mercado de fármacos e vigilância sanitária, aviação civil, transportes, etc.

Os campeões de reclamações nos Procons são as telefônicas, as fornecedoras de serviços de energia elétrica e os bancos. Infelizmente, temos que admitir que está cada vez mais difícil para a população reclamar, pois até as agências reguladoras foram aparelhadas por políticos, no lugar dos profissionais especializados em cada setor, e se transformaram em meros cabides de emprego.

Outro fato gravíssimo, de acordo com matéria do Jornal do Senado, esses órgãos têm sofrido, nos últimos anos, com o contingenciamento do orçamento, atraso na nomeação de diretores, falta de profissionais nos quadros técnicos, salários insuficientes e embates com o Poder Executivo. Todos esses problemas, segundo a publicação, estão provocando nas agências reguladoras uma situação de enfraquecimento e desestruturação. A ocorrência de falhas em determinados setores, como saúde e aviação civil, por exemplo, coloca em risco a vida das pessoas. Isso é muito sério.

Que o "pão nosso de cada dia" seja abençoado, mas que seja adquirido e repartido com alegria, não nos atolando em dívidas por muito pouco e sem a garantia do poder de compra do nosso "pão" com recursos próprios num país cujos salários não acompanham o aumento dos preços.