terça-feira, 13 de novembro de 2012

COM QUE CARA QUE EU VOU?




O Brasil revela, cada vez mais, aquilo que dizem ser a sua “cara”, assumindo ares de “popular” em tudo o que se diz e produz.
É a “cara do povo” criada pelos marqueteiros que conduzem a Nação por caminhos incertos. São eles que realmente governam, os eleitos são apenas personagens de um espetáculo que tem seu roteiro traçado pelos criadores de imagem.

Ao erguer a bandeira do Estado forte, o que sugere que a Nação é fraca, fica a crença de que qualquer coisa serve. Com o desperdício do potencial humano, joga-se no lixo da história tudo o que diz respeito aos valores culturais, justamente um dos pilares que sustentam a base de uma sociedade.

Aceita-se as coisas do jeito que estão, de qualquer jeito, alegando que essa é a essência do brasileiro.
Nada mais nos constrange, a linguagem desbocada e vulgar agora é avaliada como algo socialmente constituído dentro de determinadas circunstâncias, para que possamos compreender conteúdos da fala e da escrita. Esse é o conceito repassado por mestres das universidades.

Isso impressiona, não é mesmo?

Quanta sabedoria!

Ou melhor, quanta baboseira!

Povos mais inflexíveis conseguiram transformar sua mentalidade e evoluir no conhecimento, na qualificação profissional, nas relações humanas, enfim, deram uma repaginada no padrão social com um profundo investimento em educação.

Enquanto isso, o brasileiro sataniza a virtude, não exige qualidade dos produtos que consome e dos serviços prestados, não se importa com o nível de educação de seus filhos, enfim, não cobra investimentos para que possa viver em melhores condições, mesmo trabalhando a metade do ano para pagar impostos em troca de quase nada.

“Qualidade” é coisa da “elite”, alegam os comandantes da consciência alheia.

Para o povo, tudo tem que ser “popular”, música popular, farmácia popular, loja popular, e assim por diante. Afinal, o que importa é incentivar o consumo, mesmo que implique num alto grau de endividamento com o que muitas vezes é desnecessário ou com o que nem sempre vale o que custa.
Porém, isso é suficiente para a felicidade geral da Nação e abastece os cofres dos governos.

Quando vivenciamos sensações agradáveis ao ler as mais célebres obras de grandes autores ou quando ouvimos canções que nos tocam no fundo da alma, parece impossível imaginar que o processo de idiotização em curso pudesse ser tão avassalador e contaminasse de modo tão generalizado toda uma sociedade.

Alguém definiu essa massa sem identidade própria nem senso crítico como "REBANHO FASHION".
Não sei onde li isso, mas confesso que marcou tanto que, a partir de então, venho tomando muito cuidado ao fazer minhas escolhas.

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